i'm going slightly mad

segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Seu cheiro ainda está aqui
Na minha cama
Em mim
Você passeia pelo meu corpo
Com um olhar poderoso
Derrama seu veneno
Por isso estou enlouquecendo
Meu corpo estremece
A cada palavra não dita
A cada respiração interrompida
A cada batida
E em prantos
Choro desafinada
Procurando pelo alguém
Que já me esqueceu

não precisa ter sentido o amor

terça-feira, 12 de novembro de 2013
Em um pedaço de papel você guardou um segredo invisível aos olhos.
Histórias repetidas que não valem o céu.
Um despropósito.
Até você?
Se eu pelo menos te amasse menos...
A morte é menos que teus beijos.
Pouco resta do que fui.
Antigamente eu era eterno.
Agora sou terno.
Nada sei da Lua com Saturno.
É um simples fato da vida que poderia acontecer a qualquer um.
De súbito desperto.
Só restou a saudade chamando extremos na distância.

home

terça-feira, 5 de novembro de 2013
Just take me home
Home is where I belong
I belong to you
You are my home
Just take me

distante

Quero viver um grande amor. Um amor que me de olhos fechados me mostre o mundo. Um amor sem pudor, sem limite. Que me dê livros e que escreva dedicatórias que me façam chorar. Que faça meu coração ficar apertado com a saudade, mas ainda com esperança de poder estar em seus braços de novo. Que desconheça tempo e distancia. Um amor que me ame e que me faça feliz pelo simples fato de existir.
Não é pedir demais, é? (C+A)

there is no place like home

terça-feira, 22 de outubro de 2013
Me leve para casa.
Me faça uma casa.
Me faça sua casa.

uma cadeia

Tenho desejos. Desejos que não são realizados por causa de toda essa massa que me envolve.
O que sou além do corpo? Sou separada do corpo ou sou um ser com corpo?
O que sou além de mim?
Sou homem.
Sou mulher.
Sou filha.
Sou irmã.
Sou amiga.
Sou Teka.
Mas sou?
Quando meu corpo não mais existir, ainda vou ser? Ou vou ser esquecida?
O que vai ser de mim quando eu não mais for?
Tenho medo.
Medo de que tudo o que eu senti e vivi seja comido por vermes junto com meu corpo podre.
Tenho medo de amar. Medo de não amar. Medo que que meu corpo me impeça de ser amada.
Tenho medo de ser o que não sou.

A solidão é devastante.
É só.
É nó.
É nó que dá na garganta
É nó que dá nas entranhas
É nó que dá na mente
Mente que mente
Mente por querer
Mente por poder
Poder não estar
Poder estar
Poder estar só.

era

Me perco pensando no que poderia ser, no que não foi. O ser não é mais e o não ser virou. Perdido nesse abismo de ilusões criadas para satisfazer um coração destroçado pela guerra. Uma guerra pelo amor, que a derrota resultou em paz.

sangue profano

domingo, 18 de agosto de 2013
Suas mãos geladas em meu corpo quente me causavam arrepios que percorriam toda a minha espinha. Sua voz grossa atravessava meus ouvidos como seda até chegar em meu coração. Quando nossos gemidos se juntaram para formar um coro uníssono, eu cheguei ao ápice. Ali derramada em seus braços, com ele derramado dentro de mim, eu senti minhas crenças e certezas se transformarem em duvidas. Se existe um deus, ele com certeza estaria rindo muito daquele momento, porque eu tinha me apaixonado pelo meu irmão e estarmos naquela cama rodeados das lembranças do que tínhamos acabado de fazer ia contra tudo que chamamos de lógico. Ia contra tudo que chamamos de sensato.

Uma foda

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Já era dia e ele estava acabado. Havia bebido muito na noite anterior e dela só lembrava de passagens vagas. Quem era aquela estranha com quem transou? Lembrava de terem feito um sexo animal, como ele não tinha tido em muito tempo, ou talvez até nunca. Lembrava do gosto da boca dela, dos seus peitos, do seu gozo. Lembrava da sensação de estar deslizando dentro dela. "Caralho, que sensação". Ele lembrava até dos detalhes do seu cabelo caindo pelo seu ombro, mas não conseguia lembrar o nome dela, nem ao menos onde a encontrara. Então seria só isso? Uma foda e fim? Aparentemente, sim. "Pelo menos foi uma foda bem gostosa" - pensou ele.

"e o que dizem é que foi tudo por causa de um coração partido" - LEGIÃO URBANA

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
A dor estilhaçava seu coração. Apenas restaram as lembranças. Memórias de quando eram felizes juntos. Ela o abandonou da forma mais brutal possível. O que aquele cara tinha que ele não? "Ele tem paixão", foi o que ela disse. Por tantas vezes ele deixou de lado seus sonhos e vontades para satisfazê-la, e agora ela o pagava trocando-o por um cara que nem ao menos sabia trocar uma lâmpada. "Inúteis! Eles se merecem" - dizia ele toda vez que alguém lhe perguntava sobre o fim do namoro, quando na verdade o que ele achava era que ninguém merecia dividir a cama com ela além dele. Ele tava perdido, fodido e sozinho. Se não fosse para viver com ela, não seria com mais ninguém. Não seria mais. Pegou a arma que guardava escondida no fundo do armário e a carregou com uma bala. Uma única bala. Uma única chance. Enfiou o cano frio em sua boca e sem nem pensar duas vezes, atirou.

VINHO DERRAMADO

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Planos e idealizações espalhados pelo chão. O porque dos acontecimentos nenhum dos dois sabia, mas eles viam os cacos e sentiam a dor. Esta era tanta que transbordava. Ela fechou os olhos. Não aguentava olhar para ele e para o futuro que não mais existia. Acabou. Finito. Finais felizes são raros, e aquele, com certeza, não era um desses.

Parte de uma coletânea.

a chuva bate na janela
a verdade soca a cara
o tempo lembra
o passado não volta